Relações Internacionais Nipônicas e Brasileiras; visita da professora Aparecida Mitsue na Faculdade de Tecnologia de Curitiba (FATEC-PR)
Nessa última terça-feira (03/09), a FATEC-PR recebeu a ilustre presença e visita da professora Aparecida Mitsue Mituiassu, brasileira que mora e leciona na Universidade Hamamatsu Gakuin Daigaku, no Japão.
A professora já havia visitado a faculdade no ano anterior, e agora retorna para mais uma visita especial, onde respondeu a entrevistas e se sentou com os professores especializados da FATEC-PR para uma conversa sobre diversas áreas relacionadas as diferenças culturais entre Japão e Brasil.
Foram reunidos especialistas da faculdade nas áreas de Direito com a professora Sheila Humphreys, Imprensa com o professor Pablo Cuñado, Economia com o professor Rodrigo Medeiros (também diretor da FATEC-PR), Antropologia com a professora Kauana Domingues e Engenharia com o professor Victor Gonçalves Cremonez; cada professor debatendo semelhanças e diferenças entre a cultura brasileira e a japonesa juntamente com a professora Aparecida Mitsue.
Foram citados dados sobre consumo de livros e materiais escritos em ambos os países, os valores morais e a lei limpa do Japão, bem como o desenvolvimento dos países, seus dialetos e seus ritmos diferenciados de desenvolvimento econômico.
Em entrevista para o Fox Diary, a professora respondeu dúvidas sobre sua principal pesquisa no momento, bem como as diferenças culturais de aprendizado entre o Brasil e o Japão.
Ensino
Em relação ao aprendizado, a professora destaca as diferenças de relacionamento e sistemas:
“No Brasil, tem uma dinâmica maior, uma interação maior. A educação do Japão é boa, eu não diria rígida, mas o sistema é diferente. Como estrangeiro, as vezes é difícil se adaptar, pois existem muitas regras.”
Ela também ressaltou a qualidade de ensino de ambos os países, quando bem direcionado.
Pesquisa
Em relação a sua recente pesquisa sobre agricultura (principalmente o cultivo da madioca, um dos motivos de sua visita ao Brasil), a professora Mitsue ressalta a importância da mandioca como alimento nas suas diferentes formas de consumo.
Ela também mencionou seus valores pessoais para o desenvolvimento dessa pesquisa:
“Eu estava tendo algumas crises alérgicas e comecei a mudar um pouco a minha alimentação. Comecei a perceber que a mandioca é muito boa como alimento”.
Ela pretende levar o estudo do cultivo desse alimento para o Japão, em uma tentativa de diversificação alimentar para os nativos do país e uma nostalgia para os brasileiros estrangeiros que lá residem.
A professora Aparecida Mitsue Mituiassu é brasileira com ascendência japonesa.
É formada em Relações Internacionais e, aos 25/26 anos, recebeu uma bolsa de estudos do governo japonês, onde desenvolveu seu mestrado e doutorado em Desenvolvimento Internacional.
Hoje ela vive no Japão, onde leciona para jovens japoneses sobre assuntos globais, com enfâse em desenvolvimento regional, na Universidade Hamamatsu Gakuin Daigaku, da província de Shizuoka.
Faz parte do Departamento de Desenvolvimento Regional, com foco no preparo dos alunos japoneses para o desenvolvimento da região, mas com uma visão globalizada do mundo.
Reportagem por Arion Wolff e Gabriele Reis.